quinta-feira, 21 de julho de 2011


palavras despedaçadas
caminhos entrecortados
solto sua mão
e me calo

que falem mais alto
os ecos do silêncio


domingo, 3 de julho de 2011


as feras  estão soltas
atacam a luz do dia
a noite - são anjos e sonham
que estão sendo devorados

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Paranoia
 
você entrou na minha vida desde que te espero
desde então, sou eu e sou você, nessa vida a dois
homem e mulher enrolados nos lençóis

quando foges e se ausenta te busco com esmero
sentado a sombra de uma mangueira frondosa
te colho no colo de um amor sincero

fantasma a luz do dia senta-se do meu lado

come do meu feijão e dos sonhos mais melados

segunda-feira, 27 de junho de 2011

fastidioso o tempo dos anos
que sozinho percorri
evitando desenganos

amores em minha vida
com o medo removi
não tenho mais guarida

meu coração é chumbo
um peso maior do mundo

domingo, 26 de junho de 2011


Um sentir só

quero falar desse nada em minha garganta
de esse vazio sentir que meu peito sustenta
dessa certeza única que meu ser alcança
quebra minhas pernas e me deixa suspensa

com o corpo em dor recostado na mureta
pó perplexo desejando vento pra voar
correr a cruenta jornada ao céu de pureza
ou permanecer poeira presa a vida toda

sedenta, cede ao toque das estrelas nuas
sôfrega sede faz uivar cães na rua vazia
ímpios olhos acusam esse momento vulgar
ímpetos sossegados na vida sem valia


Saudade

saudade é cinza que se esvai
no início é cinza escuro
pesa e dói
besteira fixar essa cor. esvai
solta ao vento ...



quinta-feira, 23 de junho de 2011



curto é o tempo
de eu estar só
no entanto
estou só
todo o tempo




quarta-feira, 8 de junho de 2011


Preâmbulos

antes de fazer-me grisalha
passos lentos, compassados
nas ancas, nenhum requebrado
devolvo-me a ti

molda-me com suas mãos
desenha meu corpo
faz-me novamente
mulher de sorrisos
e vaidades

quinta-feira, 26 de maio de 2011



Poesia morta
  
presa a poesia
- na palavra -
some a palavra
no nó da garganta
no aperto do peito
sem sangria
morre engasgada