sábado, 29 de janeiro de 2011

Flores ocultas


encaro a estrada
de frente
mastigo pedras
rumino a faca entre os dentes
fere-me o peso do aço
acumulado
                                                                                                                   obsoleto
das correntes me desfaço
escondo-me nesse oceano deserto
esqueço
                     adormeço
                                              morro

retorno
retrocedo aos laços do retrato
reflexo no espelho que reavivo
recomeço

na manga
uma outra carta

 

2 comentários:

Filipe Campos Melo disse...

O retrato que marca
Como face acorrentada.

Belíssimo, teu poema e o espaço

Bjo.

vieira calado disse...

Gostei do modo como escreveu o poema!

bjs