quinta-feira, 26 de maio de 2011



Poesia morta
  
presa a poesia
- na palavra -
some a palavra
no nó da garganta
no aperto do peito
sem sangria
morre engasgada



domingo, 22 de maio de 2011



de tão só
tornou-se gasto
tem nas unhas
a carne da alma
e um asco no estômago



sexta-feira, 20 de maio de 2011


despindo o discreto dia
sobe, sensual, o sol
sua semente sangrando o sumo
eclode em ecos de
cães e carros no concreto


terça-feira, 3 de maio de 2011


 abro a porta que dá pra laje
que céu mais bonito de se vê
nem parece São Paulo
não é a toa que você não chega
entro e desligo a TV
ela continua falando
na casa da vizinha