domingo, 26 de junho de 2011


Um sentir só

quero falar desse nada em minha garganta
de esse vazio sentir que meu peito sustenta
dessa certeza única que meu ser alcança
quebra minhas pernas e me deixa suspensa

com o corpo em dor recostado na mureta
pó perplexo desejando vento pra voar
correr a cruenta jornada ao céu de pureza
ou permanecer poeira presa a vida toda

sedenta, cede ao toque das estrelas nuas
sôfrega sede faz uivar cães na rua vazia
ímpios olhos acusam esse momento vulgar
ímpetos sossegados na vida sem valia

2 comentários:

Jullio Machado disse...

" correr a cruenta jornada ao céu de pureza ou permanecer poeira presa a vida toda?...

Belo; incógnito, peculiar...
Abraços poéticos.

Filipe Campos Melo disse...

A dor sempre se faz silencio
O silencio sempre se faz grito
(entre vazios)

Boa e sentida poesia

Bjo.